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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Parceria histórica de Martinho, Arlindo Cruz e André Diniz vence disputa de Samba Enredo na Vila Izabel

Um belo capítulo da história do Carnaval foi escrito na madrugada deste domingo na quadra da Vila Isabel. Considerada favoritíssima desde o início do concurso, a parceria de Martinho da Vila, André Diniz, Arlindo Cruz, Tunico da Vila e Leonel arrebatou a quadra e venceu a disputa. Pela primeira vez juntos, Martinho e André Diniz, dois dos maiores nomes da história da azul e branco e que um dia estiveram em lados opostos, fizeram um samba que já é considerado um dos melhores do próximo desfile. Outro gigante do grupo, Arlindo Cruz venceu pela segunda vez na escola. Diniz contabilizou sua 14ª vitória e Martinho a 11ª. Esbanjando simpatia e sensualidade, a rainha de bateria, Sabrina Sato, prestigiou a festa e se esbaldou no palco. A diretoria também aproveitou o evento para anunciar a contratação de Carlinhos de Jesus para o cargo de diretor artístico da agremiação. O resultado só foi anunciado por volta das 5h deste domingo. Com uma letra simples e melodia envolvente, o samba, que é de fácil assimilação, conquistou os torcedores desde o início. Na Internet, o vídeo com a composição também virou hit e já teve mais de 56 mil visualizações. Eufórico com a vitória, Martinho elogiou os parceiros e disse estar emocionado. "Foi uma experiência inédita para mim. Quase sempre fiz meus sambas sozinho, mas agora tive grandes parceiros. Cada um fez uma coisa e o conjunto ficou muito bom. A base é deles (Arlindo, André e Leonel), mas consegui botar meu estilo. Fui seduzido por esse grupo. Dedico essa vitória a todos aqueles que amam a Vila Isabel", resumiu o bamba. Ao definir o enredo, o veterano afirmou que o tema é bastante rico e tem tudo para conquistar os jurados. "Eu nasci em Duas Barras (interior do Rio) e me sinto homenageado também. A Vila está muito bem servida". Para André Diniz, a composição "pegou na veia" dos torcedores. "Nossa proposta no samba era mostrar um dia no campo. A gente queria retratar o cotidiano do trabalhador rural. A letra não é rebuscada, mas emociona muito", analisou. Para o compositor, o maior acerto da parceria foi a mistura de estilos. "Todos viajaram da ideia do outro. O Martinho deixou a gente à vontade e pediu uma coisa moderna. Depois cada um foi contribuindo com alguma coisa. As pessoas gostaram e foram abraçando o samba desde o ínício. Estou muito feliz com o resultado", revelou. Para chegar até a final, a parceria gastou entre R$ 45 e R$ 50 mil. Ao vencer pela 14ª vez, André Diniz fez questão de expressar a felicidade de, pela primeira vez, assinar uma composição com o ídolo Martinho. "Essa parceria realiza meu sonho de criança e de adolescente. Na minha casa sempre se ouviu Martinho. Depois, passei a ser fã do Arlindo (Cruz). Ter o Martinho comigo era o sonho de todos na escola. Muita gente sonhou com esse dia. Desde 2007, a gente tentava trazer o Martinho, mas nunca rolava. Convencer ele foi o mais difícil, mas aí um dia sentamos no (bar) Petisco da Vila e formamos a parceria. Quando falamos que a proposta era exaltar o homem do campo de um jeito simples ele topou na hora", contou. A noite também foi especial para Tunico, filho de Martinho, que pela primeira vez assinou um samba-enredo com o pai. "É um experiência inédita para mim. Desfilo na Vila desde a barriga da minha mãe e nunca tinha estado numa final concorrendo. Agora consegui vencer a disputa e ao lado do meu pai, que é meu maior ídolo", exaltou Tunico, de 39 anos. Para ele, a junção de estilos na parceria foi o diferencial. "Conseguimos juntar duas maneiras de fazer samba. O jeito mais antigo, com cadência, que é o meu e do meu pai. E também o jeito mais moderno com o André (Diniz), o Arlindo (Cruz) e o Leonel". Bastante assediado pelo público, Arlindo Cruz fez questão de cantar o samba durante a apresentação. No fim afirmou que se sentia honrado de poder escrever um samba com Martinho. "Ele é um ídolo para todos nós. Fico feliz de poder vencer pela segunda vez numa escola tão importante quanto a Vila. O enredo é muito especial e cativa as pessoas. Acho que nosso samba foi abraçado por causa disso. Estou feliz da "Vila"". Arlindo também é dono de números impressionantes. No Império Serrano, foram 10 vitórias. Na Grande Rio, três títulos, e na Vila, dois. Após 45 anos de participações em disputas, Martinho, conforme O DIA revelou na edição deste sábado, está cansado da maratona que é chegar até uma final. O título, no entanto, pode fazer com que o mestre entre em novos concursos. "Vai depender os enredos. Eu preciso me emocionar com o tema", revelou o veterano.

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